De que forma o sujeito lida com o seu desejo
De que forma o sujeito lida com o seu desejo "A psicanálise não oferece respostas prontas porque o desejo não suporta manuais. Ela oferece tempo, escuta e responsabilidade subjetiva." O desejo é uma palavra simples, curta, quase doméstica. Mas quando ela entra no consultório, muda de tom. O desejo não chega educado, não pede licença, não segue roteiro. Ele aparece torto, atrasado, disfarçado de sintoma, ansiedade, tédio, compulsão, depressão ou aquela frase clássica que todo clínico já ouviu: “eu não sei o que eu quero”. Essa frase, aliás, já diz muita coisa. O sujeito moderno não sofre por falta de desejo. Sofre porque não sabe o que fazer com ele. Freud foi direto desde o início. O desejo nasce do conflito. Não existe desejo puro, transparente, consciente. O desejo é atravessado pela falta, pelo recalque, pela interdição. Ele não aponta para um objeto claro, mas para algo perdido, algo que nunca foi totalmente possuído. Por isso o sujeito vive tentando tapar buracos com ob...